A Caixa anunciou uma nova linha de crédito imobiliário, com juros entre 2,95% e 4,95% ao ano e atualização pela inflação, que será medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O novo modelo estará disponível a partir de 26 de agosto, somente para novos contratos, e poderá ser usado para financiar até 80% do valor de imóveis novos e usados, com prazo de até 360 meses e valor da prestação corrigido mensalmente. Segundo o banco, serão disponibilizados R$ 10 bilhões para a nova linha de crédito.
O anúncio deve movimentar o mercado, segundo especialistas em crédito habitacional, que já preveem aumento no valor dos imóveis novos.
A taxa mais baixa será aplicada apenas para servidores públicos. Trabalhadores do setor privado terão juros a partir de 3,25% para a nova modalidade. Com expectativa de inflação na casa de 3,7% no fim do ano, o crédito imobiliário teria um custo de cerca de 6,7%, com perspectiva de aumento para 6,9% em 2020.
A linha anunciada valerá para imóveis residenciais enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). A adesão à nova modalidade será facultativa e o consumidor que optar pela modalidade de correção pelo IPCA não poderá, posteriormente, alterar o contrato para ter a correção pela TR (Taxa Referencial).
Atualmente, os contratos são corrigidos pela TR. A Caixa cobra juros entre 8,5% e 9,75% ao ano, mais TR, nas suas principais linhas de crédito imobiliário, para compra de imóveis novos ou usados. Essas taxas não são válidas para o programa “Minha Casa, Minha Vida”, que cobra juros mais baixos. Como a TR é igual a zero desde 2017, devido à queda da taxa Selic, os juros do financiamento imobiliário ficam limitados à taxa prefixada.
Durante o anúncio da nova linha de crédito, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, citou como exemplo que uma parcela de um imóvel de R$ 300 mil, que hoje seria superior a R$ 3.000, cairia com a nova modalidade, com parcela inicial de cerca de R$ 2.000, sendo reajustada a cada mês.
A nova linha de crédito, contudo, não significa necessariamente economia, já que está ligada à inflação. Em um comparativo dos índices da TR e inflação de 2004 a 2019 feito pela “Folha de S.Paulo”, o novo modelo traria um gasto 4% maior que o atual na aquisição de um imóvel de R$ 500 mil, por exemplo.
A iniciativa da Caixa deve estimular a concorrência entre os bancos, empresas de crédito e fintechs, com uma oferta maior de opções para o consumidor. Com aumento da demanda, é possível que os valores dos imóveis subam.
Se você está pensando em financiar um imóvel, portanto, pode ser um momento interessante para avaliar as melhores condições de financiamento.
Com o novo modelo, a Caixa planeja criar um mercado de títulos e contratos de créditos que serão emitidos e vendidos no mercado (numa estrutura parecida com títulos da dívida pública Tesouro IPCA+). Assim, com mais dinheiro e sem a necessidade de carregar a dívida, o banco poderá emprestar mais – o que vai ao encontro da avaliação de que os imóveis vão valorizar.
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